Leo Mauro Xavier Filho
Empresário do setor de transporte público na Grande Florianópolis
E-mail: [email protected]
Imagine um deslocamento pelo transporte público na região metropolitana de Florianópolis, totalmente integrado, do início ao destino da jornada, com rapidez, eficiência e conforto. Essa é a premissa do projeto Mobility as a Service (MaaS – Mobilidade como Serviço). O conceito é consagrado mediante experiências de sucesso na Europa.
Trata-se de uma alternativa tecnológica e um novo modelo de negócio, capaz de ajudar o setor de nosso país a recuperar parte da demanda perdida durante a pandemia, atraindo clientes e contribuindo para a sustentabilidade.
A inovação contempla soluções ao nosso cenário metropolitano, que enfrenta desafios como a falta de investimentos em infraestrutura e de priorização do transporte coletivo.
Esta situação afasta o usuário e representa o inverso do que está em voga nas cidades que prezam por uma revolução de seus modelos, incluindo centralidades e revitalizações de áreas subaproveitadas. O MaaS propõe a integração dos modos disponíveis, sejam públicos, privados, individuais ou coletivos.
Todos partem do mesmo sistema, unidos desde o planejamento aos traslados por meio de bilhetagem eletrônica, que, aliás, já está disponível no sistema de transporte metropolitano, inclusive para o poder público – que, infelizmente, não se empoderou destas informações para o controle e planejamento do sistema na região.
Essa integração se dá quando diferentes modais de transporte passam a se integrar em uma estação, por meio de tarifa e cartão únicos e de informações, como no caso dos aplicativos que informam os horários e rotas de diferentes modos de transporte, que também já está disponível em nosso atual sistema de bilhetagem eletrônica, com o aplicativo KIM.
Os protagonistas continuariam a ser os ônibus, fundamentais à mobilidade e que contribuem para menos automóveis nas ruas. O MaaS seria o estruturador da rede e gerador de benefícios, com potencial para recuperar a demanda, atrair clientes e fidelizá-los.
Para isso, é fundamental a criação de uma autoridade metropolitana com fontes de financiamento bem definidas e definitivas, como, por exemplo, as gratuidades já existentes.
Apesar dos desafios, é inegável que a inovação proporcionará benefícios sociais, econômicos e ambientais. E uma solução considerada urgente – a acessibilidade e a redução dos congestionamentos e de emissão de poluentes.
Fonte: https://ndmais.com.br/opiniao/artigo/mobilidade-como-servico/