Projeto liderado pela Universidade Federal de Itajubá recebeu investimento de cerca de 5 milhões de euros; objetivo é impulsionar a pesquisa e desenvolvimento como alternativa sustentável aos combustíveis fósseis
ALEXANDRE PELEGI
Em um passo significativo para a transição energética do Brasil, o primeiro Centro de Hidrogênio Verde (CH2V) do país iniciou suas operações no dia 30 de outubro de 2024.
Localizado na Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) em Minas Gerais, o centro é fruto de uma colaboração entre a universidade, a Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão de Itajubá (Fapepe) e o projeto H2Brasil. O projeto H2Brasil, parte da Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável, conta com financiamento do Ministério Federal da Cooperação Econômica e Desenvolvimento da Alemanha (BMZ).
O CH2V, que recebeu um investimento de cerca de 5 milhões de euros, visa impulsionar a pesquisa e desenvolvimento do hidrogênio verde como uma alternativa sustentável aos combustíveis fósseis. A instalação conta com um eletrolisador de 300 kW, capaz de produzir 60Nm³/h de hidrogênio verde utilizando energia solar proveniente de três usinas da UNIFEI. Além da unidade de produção, o centro também possui uma estação de abastecimento para veículos movidos a hidrogênio.
HIDROGÊNIO VERDE: PEÇA-CHAVE NA DESCARBONIZAÇÃO
O diretor do H2Brasil, Markus Francke, destaca a importância do hidrogênio verde (H2V) na luta contra a crise climática. “O H2V pode servir como combustível para diversas formas de transporte, terrestres, marítimos e aéreo. O Brasil tem vantagens naturais e estruturais para se tornar um player mundial na transição para uma economia de baixo carbono e aproveitar as oportunidades econômicas associadas ao hidrogênio verde”.
O professor da UNIFEI, Luiz Horta Nogueira, ressalta que a produção de hidrogênio verde a partir da água, em vez do gás natural, representa um avanço crucial para a sustentabilidade. “”Agora estamos produzindo hidrogênio a partir da água ao invés do gás natural que é um combustível fóssil. O H2V proveniente de fontes limpas de energia contribuirá direta e indiretamente para que o Brasil assuma o protagonismo global esperado em diversos setores da economia, por exemplo o agronegócio com a produção de fertilizantes”, diz o professor da UNIFEI.
O CH2V já firmou acordos com diversas empresas e instituições para o desenvolvimento de projetos de pesquisa e inovação relacionados ao hidrogênio verde.
Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes